O processo de beatificação do Padre Cícero Romão Batista avançou para a fase romana, conforme anunciou a Diocese de Crato na última sexta. Com isso, encerra-se a fase diocesana, iniciada em 2022, que reuniu documentos, depoimentos e informações sobre a vida e as virtudes do sacerdote. O material agora será analisado pelo Dicastério para as Causas dos Santos, no Vaticano.

Segundo o padre Wesley Barros, vice-postulador da causa, a documentação enviada à Santa Sé inclui 4.762 páginas, correspondentes às atas do inquérito sobre a vida e a fama de santidade do Padre Cícero. O cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério, assinou em 20 de outubro o documento que autorizou a abertura do processo, oficializada em 31 de outubro.

Na fase atual, será nomeado um relator, responsável por elaborar a posició, uma tese de cerca de 300 páginas sobre as virtudes e a vida do sacerdote. Essa tese será analisada por uma comissão de teólogos, que emitirá pareceres em um congresso. Se o estudo for aprovado, o processo seguirá para avaliação dos cardeais do Dicastério, antes de ser encaminhado ao Papa.

Caso o Papa reconheça as virtudes heroicas de Padre Cícero, ele será declarado “venerável Servo de Deus”. Em seguida, será aberto um segundo inquérito, que investigará um possível milagre atribuído à sua intercessão. O reconhecimento desse milagre poderá levar à beatificação.

Padre Cícero Romão Batista (1844–1934) nasceu no Crato e tornou-se uma das figuras mais conhecidas da religiosidade popular nordestina. Atuou em Juazeiro do Norte, onde atraiu grande devoção. O episódio do “milagre da hóstia”, em 1889, marcou sua trajetória e gerou controvérsias dentro da Igreja. Ele faleceu em 1934, aos 90 anos.